sexta-feira, 29 de junho de 2018

A música não era essa, por hora me lembro dos traços trêmulos, querendo representar uma tranquilidade externa que sentia enquanto você dormia… dormia… dormia.
Um adeus, que por Deus! não consegui te dar… compassos cada vez mais lentos, mornos, olhos cerrados. Dormia. No outro dia, na madrugada fria o aviso... e eu dormia e quis dormir...dormir...dormir, ouvindo as notas mais agudas que se transformaram em agulhas finas letárgicas.
O tempo para sim, um momento pode durar séculos, no fundo do mar um impulso e o respirar.
A música agora é outra, fiz um acordo com ela, não sai mais do compasso, não muda o ritmo e o som é de paz… enquanto durmo.





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Terra


Te olhei e vi
Há quanto tempo!
Fiz mil projetos,
(planos, linhas retas, pontos, mas perspectivamente leves)
Tão frágeis são os sonhos...
Vorazes são de fato os olhares, realizáveis.
Aqueles que sem planejamentos se encontram num ponto de fuga irreversível!
Ciclo de luzes e cores inimagináveis.
Te olhei e você não estava mais lá
Estaria no centro da terra, no meio da terra ao redor dela;
Terra!
Peço-lhe que de toda sua imensa sabedoria o traga de volta!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

abraço

arte digital

Despedidas, até quando o novo abraço? Enlaço os braços flutuando no espaço de curtos tempos! As horas não condizem com minhas expectativas, seria então um mergulho no abismo da saudade? Quantos milésimos de segundos sem o pensamento em você? Quantos questionamentos minha mente guarda. Quieta. Um braço, dois braços, um aperto entre dois corpos que se procuram, mas a cidade é grande e ao mesmo tempo existem estações, primavera, paraíso, consolação! Desço do pedestal, dos sonhos fingidos e encaro a avenida do inconsciente. É lá que meus pés tocam todas as folhas do outono. Braços. Respiro o ar até não mais suportar e seguro suas mãos num voo infinito. Braços, abraços, tempo e espaço. Descanso um pouco no conforto do vagão do trem, atemporal, que me levará até você.

domingo, 23 de setembro de 2012

acrílica s/tela

Redescobrir-se serena
Alcançar o inatingível estado
Viver e reviver sempre o ar
Ar de supremacia 
Respirar
Ser feliz e só.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

espera

arte digital

Meus versos
Inversos são
De tudo que se diz
De tudo que se quis
Geleira a derreter no copo
Retorno ao tempo da espera
E tomo o último gole
São pedras

desencanto


Achei
que
fosse
arte
mas
não,
era
amor!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

acaso

abstrato acrílica s/canson


Arranhada
No peito derrama a dor
Do retrato perdido
Destino

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

músical


Corra criança
Corra com seus pés descalços
Corra criança
Retorne ao meu interior
E fuja dessa multidão
Mergulhe aqui dentro de mim
Berre e chore toda dor do tombo
Sorria e gargalhe dos ventos que uivam lá fora
De volta ao meu intimo deixe a inocência e traga mais
Sons, cores, flores do jardim e místicas bolhas de sabão
Felicidade sem fim
Corre criança
Que o tempo do amadurecimento
Já é cimento e pó
Antes que seja tarde, traga
O colo materno, paternal carinho
Antes que seja tarde e trague
Seu último cigarro e o apague
Aqui na palma da minha mão

domingo, 16 de setembro de 2012

voo

arte digital



Sou feita de chamas, delírios e paz
Aguardente e chás
Viajo em busca de ti
Nos sonhos, metrôs e ônibus
Subterrâneos,  espaços siderais
No meio do caminho havia a lua
No meio da estrada o sol
Você que é de prata e ouro
Devolva-me a inquietação
Você que é de água e fogo
Fala-me sobre o impossível
Ser mutante, alegre de brilhos
Fale-me como é possível voar
Que eu voarei
Com as asas dos meus sonhos

sábado, 15 de setembro de 2012

(e)terno

arte digital

Sua pele na minha pele
Rasga a noite em versos ternos
Esbarra na lua encoberta pelas nuvens
Nuvens de espuma
Já não sei bem se são
Passagens, miragens ou espelho
No aconchego dos teus braços
Uma ilusão (e)terna

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Para ele(s)

desenho/arte digital

Não deveria se chamar amor
Chamava-o de bem, de MEU bem
Mas também meu bem sugere possessão
E não é essa minha intenção
Possessão é o contrário de tudo que eu quero

Liberdade pra dizer, fazer, escrever e pintar

Chamo-o então de paixão
Paixão é mais leve, define uma sincera apreciação
Gostos, sabores e intenções

Paixão

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

arte digital

carência
que eu nem sei de quê
junto com ela o amor que nunca existiu
voz
aumente o volume
arde, delírio e grite
palavras soltas
encontrem-me

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ponto de Vista

arte digital

Sua alma é presa
Raro é o universo que tudo rege
Rara é a estrela que “finge” brilhar no escuro
Mas treme de medo do sol
Raro é o caso da lua que se põe e fixa a luz
Liberdade e prisão
Corpo e alma
Luz e escuridão
Um ponto de vista

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Julgamento

Pastel oleoso s/canson

Não me julgues
Sou assim e ponto (.)
Pronta pra viver e sonhar
Ponto final sempre
Pronta para amar e odiar
Ponto inicial da dor
Pronta pra sentir calor
E que venha o sol
Pra depois gelar minha alma
Arrepiar minha pele
E ser ponto essencial
De prontidão aguardo-te.
Rasgo, sangro e deito-me

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Acrílica s/tela - Verabasile



O bem e o mal personificados em seu olhar
Olhos de procura, de busca!
Insiste em não encontrar
Olhos que refletem os meus
Ansiosos e afoitos de sede
Boca seca, a água escorre dos olhos
Olhos de busca
Bosque verde, sombra fresca, água
Escorre entre as mãos.

terça-feira, 28 de agosto de 2012


Chore todo amor que ainda lhe resta
Toda a dor que um dia pareceu incerta
Mas que agora sangra, sangra...
Estanque esse amor
Com a cor da fruta
Que apesar de verde
Ainda lhe trará o doce mel
Deixe derramá-lo sobre o seu corpo
Amargos são aqueles que nunca sentiram
Azedos, estragados e falsos
Os que nunca sentiram uma paixão

domingo, 26 de agosto de 2012

Anjo de Pedra


há um anjo de pedra esculpido no meu coração
há galhos secos por onde o sangue percorre lentamente
há você, não há de ser você, nunca mais você
há o amor, eterno amor, entalhado, retalhado em minúsculos golpes
há músculos atrofiados, afiados galhos que arranham as recordações
há saudades, dores extremas e a proibição de senti-las

Cintilante estrela que se apaga no céu nublado de São Paulo

há um anjo
há uma pedra
há um só coração

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Última Gota

No último gole de vinho
Derramo as esperanças
Retorno ao tempo
Do caminho do nada
Refaço as pazes
Asas de sabores
Ao vento.